O
Novo Normal
Neuza
de Oliveira Marsicano professora, cronista e atleta
O mundo pós-moderno e conectado em
que vivemos sofre em uníssono: todos os países, independentemente de diferenças
de etnia, religião, riquezas, desenvolvimento humano e social travam a luta
pelo combate e a cura do novo Corona vírus, que espraiando suas asas
invisíveis, mas tão cruéis, ao longo de 2020, é um denominador comum no planeta
Terra.
Em paralelo, novos hábitos, novas
reflexões, enquanto cientistas se desdobram para colocar um tratamento e
vacinas eficazes à disposição de todos, embora as forças governamentais de
países com maior poderio econômico possam usufruir de certos privilégios para
comprar e disponibilizar a vacina mais rapidamente para sua população.
Fato é que todas as pessoas são
afetadas, direta ou indiretamente por essa realidade quase distópica,
surpreendentemente contrárias às nossas boas
perspectivas quando viramos o Ano Novo. Mas, o que vinha pela frente era um
“Novo Normal”, resultado de novos hábitos sanitários e de isolamento social,
quarentena, lockdown, passar a ficar em casa, o máximo possível, para
evitar que o vírus se propagasse e o sistema de saúde entrasse em colapso por
ter doentes em massa, muito acima da capacidade dos hospitais, UTI´s e da
quantidade de profissionais no campo dessa guerra.
Desconectar um pouco do mundo exterior e olhar
para dentro, ter momentos introspectivos, de
meditação, de respiração profunda, de oração, de fé, de aprender a ficar
resiliente, mesmo sem poder sair de casa, ler livros, questionar o que é importante
ter, usar, comprar, abrir mão, seja de coisas ou de relações tóxicas, revela
estarmos, muito provavelmente, vivendo um tempo de dividir águas para o
pós-pandemia.
E nesse limiar de mudança das
coisas, desse normal diferente, que já é uma realidade, e mesmo após a cura e
às imunizações em massa, a perspectiva da nova vida em sociedade e da
importância da ciência ganharão maior relevo, fruto do aprendizado de como
somos frágeis e desafiados a superar novas doenças. Toda nossa corporeidade de
afeto nas amizades e relações sociais foi ressignificado, pois, o toque que une
é o mesmo que adoece e pode ceifar vidas. O rol das experiências
sensório-motoras sociais foi mudado, mas tal qual a Flor de Lótus que
lindamente cresce mesmo sobre águas turvas, a humanidade saberá emergir,
crescer e florescer também, pois, muitos de nós, passamos a entender que é o
momento de aplicar todo conhecimento adquirido e capacidade de solidariedade,
de compaixão, em prol de dias melhores. Desejo que o binômio ouvir a ciência e
ampliar o amor ao próximo sejam sempre á tônica do Novo Normal.
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