sábado, 30 de outubro de 2021

 

O Novo Normal

Neuza de Oliveira Marsicano  professora,  cronista e atleta

            O mundo pós-moderno e conectado em que vivemos sofre em uníssono: todos os países, independentemente de diferenças de etnia, religião, riquezas, desenvolvimento humano e social travam a luta pelo combate e a cura do novo Corona vírus, que espraiando suas asas invisíveis, mas tão cruéis, ao longo de 2020, é um denominador comum no planeta Terra.

            Em paralelo, novos hábitos, novas reflexões, enquanto cientistas se desdobram para colocar um tratamento e vacinas eficazes à disposição de todos, embora as forças governamentais de países com maior poderio econômico possam usufruir de certos privilégios para comprar e disponibilizar a vacina mais rapidamente para sua população.

            Fato é que todas as pessoas são afetadas, direta ou indiretamente por essa realidade quase distópica, surpreendentemente contrárias às nossas boas perspectivas quando viramos o Ano Novo. Mas, o que vinha pela frente era um “Novo Normal”, resultado de novos hábitos sanitários e de isolamento social, quarentena, lockdown, passar a ficar em casa, o máximo possível, para evitar que o vírus se propagasse e o sistema de saúde entrasse em colapso por ter doentes em massa, muito acima da capacidade dos hospitais, UTI´s e da quantidade de profissionais no campo dessa guerra.

             Desconectar um pouco do mundo exterior e olhar para dentro, ter momentos introspectivos, de   meditação, de respiração profunda, de oração, de fé, de aprender a ficar resiliente, mesmo sem poder sair de casa, ler livros, questionar o que é importante ter, usar, comprar, abrir mão, seja de coisas ou de relações tóxicas, revela estarmos, muito provavelmente, vivendo um tempo de dividir águas para o pós-pandemia.

            E nesse limiar de mudança das coisas, desse normal diferente, que já é uma realidade, e mesmo após a cura e às imunizações em massa, a perspectiva da nova vida em sociedade e da importância da ciência ganharão maior relevo, fruto do aprendizado de como somos frágeis e desafiados a superar novas doenças. Toda nossa corporeidade de afeto nas amizades e relações sociais foi ressignificado, pois, o toque que une é o mesmo que adoece e pode ceifar vidas. O rol das experiências sensório-motoras sociais foi mudado, mas tal qual a Flor de Lótus que lindamente cresce mesmo sobre águas turvas, a humanidade saberá emergir, crescer e florescer também, pois, muitos de nós, passamos a entender que é o momento de aplicar todo conhecimento adquirido e capacidade de solidariedade, de compaixão, em prol de dias melhores. Desejo que o binômio ouvir a ciência e ampliar o amor ao próximo sejam sempre á tônica do Novo Normal.

 

 

 

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário