Neuza de Oliveira Marsicano
Professora e atleta
Escrevo com alguém que pensa no outro. Escrevo como
uma operária das palavras que busca resultados em forma de sorrisos. E por esse
motivo escolhi o tema esperança para que uma leitura faça com que aquele que
chegou para ler saia melhor após receber essas palavras de renovação. Vejo a
escrita de forma terapêutica, de alma para alma, e que pode catalisar
esperança. E como ensinou o mestre Paulo Freire, "é
preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente
que tem esperança do verbo esperar".
Ao saudar o Novo Ano de 2022, é necessário lembrar
que foram transpostas com dor e fé, barreiras inimagináveis, como foram aquelas
constatadas desde o início da pandemia há dois anos. Todavia estamos aqui, mais
fortes, vacinados e mais esperançosos. De acordo com a pesquisa feita
pela parceria do Instituto de Pesquisa Ideia e Cause, a palavra definidora do
ano de 2022 é “esperança”. Foi um estudo baseado em 1200 respondentes de todo o
país; para 17 % deles, esperança significa expectativa de melhoria em três
áreas: qualidade de vida, poder de compra e saúde da população.
Ao brindar 2022, quero fazê-lo trazendo na memória
o que observei sobre superação, algo que aprendi nas duas vertentes mais
importantes da minha vida: na educação e no esporte. Na educação, houve
ampliação do uso das novas tecnologias no ensino, principalmente no ensino
remoto, que foi a solução para que a vida de milhões de estudantes de todos os
níveis de ensino não parasse. Apesar de a Educação a Distância existir há mais
de 50 anos no Brasil e ser uma modalidade regulamentada no país, havia
resistência e desconfiança de alguns, e hoje ela está de mãos dadas com a
educação regular, nas formas híbridas de ensino, proporcionando que a educação
e o conhecimento não saiam dos trilhos em um país com uma grande extensão
territorial quanto o Brasil.
Professores, profissionais das áreas técnicas,
administrativas e tecnológicas, alunos e pais foram atores envolvidos no
processo de retomada da educação após os primeiros baques da pandemia. E logo
após a descoberta das vacinas contra a Covid-19 e com a crescente imunização da
população, foi acontecendo o retorno das aulas nas escolas e nas universidades
do Brasil. Ainda há muitos desafios pela frente, mas a certeza de que estamos
fortalecidos pelas novas experiências. E não há como deixar de agradecer aos
profissionais da saúde empenhados nas campanhas de vacinação que contribuíram
para que as pessoas não só da educação, como de todos os demais setores da vida
pudessem voltar às rotinas, ainda que de modo diferente, com todos os cuidados
necessários para que o vírus não se propague.
Já sobre o esporte, vale lembrar as Olímpiadas no
Japão, que seriam em 2020 e aconteceram em 2021. Havia o temor sobre o evento
ser bem-sucedido ou até mesmo se seria possível acontecer. Porém, aquele país
conseguiu organizar, de uma maneira brilhante, um grande evento e com
biossegurança para atletas e profissionais envolvidos no evento. Não houve
público por restrições sanitárias devido ao aumento do número de casos de
coronavírus. Por essa razão, houve prejuízo para o país anfitrião, mas a
certeza de que o bom senso e o direito à vida e à saúde prevaleceram. Nosso
Brasil brilhou com seu melhor desempenho de todos os tempos em Jogos Olímpicos.
Sabemos que os treinos não pararam, ainda que por videochamada, ainda que personal
trainers, preparadores físicos e técnicos tivessem que trabalhar
remotamente, inclusive. E mais uma vez, a tecnologia nos fortaleceu.
O brasileiro é um povo superador e “esperançador”,
de saber esperançar ao invés de esperar. Que não nos esqueçamos de tudo o que
foi dito e ensinado sobre como se prevenir contra o coronavírus, mas que haja a
certeza de que estamos virando o jogo, tanto na vacinação quanto na educação,
no esporte e no aprendizado das novas tecnologias para o bem. E que 2022 seja
uma porta aberta para sonhos, renovações de fé e muita paz para o nosso mundo.
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