Educação a Distância: possibiliades e limites
Neuza Mª de Oliveira Marsicano
Mestre em Educação
A Educação a Distância (doravante EaD), notadamente na última década, ganhou maior visibilidade e aceitação social. Dentre os vários fatores favoráveis à atual eferverscência e avanços da EaD são, dentre outros, o impulso da legislação educacional no país a partir da segunda metade da década de 1990 e o grande pacto social da expansão das vagas no Ensino Superior, promovido especialmente pelas Universidades Federais, não desconsiderando a grande fatia desse empreendimento educacional que corresponde às instituições educacionais privadas.Além de se constatar os fatores supramencionados, deve-se salientar que a discussão em torno da modalidade “Educação a Distância” cresceu também de forma significativa por conta dos avanços tecnológicos, que faz com que a distância física seja superada por tais avanços, através do advento da internet.
O recurso às chamadas novas tecnologias veio a se configurar enquanto política pública federal a partir de 1995, através de iniciativas na área de formação de professores e informatização de escolas, mais explicitamente através de programas implantados pelo MEC, contribuindo para o crescimento substancial de demanda pelos cursos de nível superior.
Nesse contexto, a EaD vem a atender à grande demanda de formação do professor para Educação Básica e surge como uma alternativa viável. Esse recurso tem sido visto com uma estratégia interessante para um país cuja extensão territorial e a falta de equidade na oferta de oportunidades educacionais são elementos marcantes e desfavoráveis.
Entretanto, é razoável questionar até que ponto a EaD está sendo realmente relevante na formação de professores. Entendemos que essa modalidade de ensino como formação continuada pode e deve ser incentivada pelos governos no sentido de possibilitar a formação em serviço, com grande crescimento profissional, mas, assim como a modalidade presencial, a EaD é sempre passível de aprimoramento e constante reflexão. Ou seja, se por um lado as novas tecnologias e a legislação que ampara a EAD revolucionaram esta modalidade , encontramos limites a ação da mesma.
Destacam-se no âmbito dos desafios, as seguintes ações:
- entender a legislação adequadamente,;
- superar a existência de áreas desprovidas de oportunidades educacionais;
Além disso, há que considerar as seguintes limitações:
- dificuldades de acesso a internet;
- incompatibilidade de horários;
- impossibilidade de conciliar trabalho e estudo;
- vencer o preconceito contra a EAD.
Sobre este último tópico, vale notar que a barreira abstrata do preconceito, por vezes, costuma ser mais difícil de ser transposta do que a barreira física da distância. Mas, afinal uma importante missão da educação no sentido amplo do termo não seria também a construção de um novo pensar?
No Brasil, avançamos muito nos últimos anos na expansão e na qualidade da educação ofertada, mas ainda há um caminho a percorrer e grandes discussões a se fazer para que o país ocupe um lugar de destaque no meio educacional em todos os níveis e modalidades.
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