domingo, 27 de outubro de 2024

Bairro São Mateus, meu lugar na Princesa de Minas: contando sobre seus cantos de encanto




                                      “O que me inspira é meu cotidiano.”

                                               Neuza de Oliveira Marsicano

            Caro leitor, permeado de metalinguagem, passo a narrar um pequeno desafio com que deparei, recentemente: tenho um amor na vida em forma de neto, Matheus, um garotinho esperto e companheiro (não por acaso, leva o nome do santo que também deu nome ao meu bairro, meu “pedaço” da Princesa de Minas, minha Juiz de Fora, que tanto exalto). Como a maioria das avós, gosto de tê-lo no meu cotidiano, e a recíproca é verdadeira: seja em casa, nos eventos escolares e em passeios por nossa cidade. Enfim, tenho a alegria de ele residir na mesma cidade que eu.

            Desafios de dar um bom exemplo para filhos, netos, sobrinhos, mesmo os mais nobres, nos assustam. Um pouco, porque não queremos decepcionar aqueles que fazem parte das nossas vidas, mas, também, porque sempre somos confrontados com outros olhares das gerações mais novas.

            E foi assim que, naquela chuvosa de quinta-feira, no fim da tarde, tomando café com a vovó Neuza, Matheus abre a mochila, com aquele olhar de que traria alguma provinha com boas notas ou algum desenho colorido bem vívido, como de costume, ou alguma história para contar. Em três segundos, retira um “desafio” para mim: uma folha com pesquisa escolar. Deveria fazer um passeio com algum familiar por alguns lugares da cidade que contam alguma história. Desafio aceito! No outro dia: tour marcado com Matheus!

            Manhã de sexta-feira: sol tímido, tempo fresco, cheiro de café coado e agasalho. Selecionei, mentalmente, os lugares que percorreríamos, naquela manhã, ali no bairro São Mateus: uma praça, uma escola, a Igreja de São Mateus e as galerias. Ele acha pouco. Afirmo que irá se surpreender! Também penso em passar a registrar o passeio em pequenas anotações, em tópicos. Repassar com ele ao chegar em casa, pois, ele deveria contar um pouco das histórias do local aos coleguinhas. Tenho uma intuição: “Por que não transformar esse momento em conto? Afinal, vale a pena que o máximo de pessoas saiba das riquezas, por vezes, “escondidas” do bairro.” Sim, leitor, eu converso com a minha intuição. Atire a primeira pedra quem nunca…

            Seguimos em frente, um sol gostoso, seguimos em direção à praça Jarbas de Lery Santos, onde, além do parque infantil (em que Matheus possa brincar) e aparelhos de ginástica, é realizada a Feira de Artesanato Permanente do São Mateus, aos sábados. Nela, é possível encontrar os melhores artesanatos da cidade, assim como produtos de pequenos produtores. Porém, a praça também fica movimentada com outros eventos de fim de semana, tais como festivais de cerveja artesanal. Sentamo-nos, um pouco; o menino é curioso, gosta de entender como tudo começou: explico que o bairro é um dos mais antigos de Juiz de Fora, um dos mais próximos do Centro e cheio de histórias para contar.

            Mãos dadas e a caminhada da praça até a Igreja de São Mateus. Mateus pergunta se já é domingo. Uma graça! Explico que acho que é uma das igrejas mais bonitas de nossa cidade, que podemos – e que é até muito bom – ir sempre que quisermos, não apenas aos domingos. Digo a ele para contar para os coleguinhas sobre a Festa Julina da Igreja de São Mateus, que acontece há décadas, sempre muito organizada e animada, com dois dias de festa, quadrilha de dança e pescaria. Matheus vibra mais uma vez.

            Ele se encantou com os vitrais iluminados pelos raios solares refletindo a imagem dos apóstolos. Explico que, talvez, ele já tenha reparado que, à noite, os vitrais recebem as luzes por holofotes. Diz que sim, mas me pergunta se são feitos de pedras preciosas. Respondo que são de vidro mesmo, mas que têm uma preciosidade na beleza e na magia da fé, da paz do espaço. Percorremos outros cantos da paróquia. Observando em volta da Igreja, entramos na moderna Capela de Oração Imaculada Conceição; já no adro oposto à Capela, paramos para o Matheus observar – e se encantar com – os peixinhos na Gruta Nossa Senhora de Lourdes, construída recentemente, idealizada pelo Padre Geraldo Dondici.  Meu neto me diz que já me viu em oração e acha que a vovó fica com o rostinho feliz. Eu falo que só agradeço por tantas coisas boas em minha vida, e que ele é uma dessas preciosidades. Ah! como o afeto nos renova!

            Continuando a caminhada, entramos na Vila Irineu José Afonso, em uma cafeteria, encontramos com Francisco Irineu Del’ Duca, proprietário do Atelier São Judas Tadeu, que fica na mesma vila. Foi, então, que conheci a história daquele lugar situado no centro do bairro, enquanto Matheus se diverte com os gatos que ali passeiam tranquilamente. Observo que a vila, hoje, preserva os traços desde o seu surgimento: casas baixinhas, calçada de pedras, cercada de plantas... uma sensação de estar em alguma vila de cidade praiana ou histórica, mas me lembrou muito da cidade de Colônia do Sacramento, no Uruguai. Matheus se encanta com a tranquilidade do lugar, mas permanece sentado, na grama, entretido com os pequenos felinos.

            É uma grata surpresa como, aos poucos, o lugar tornou-se um centro de cultura e de lazer em cada cantinho. No caso do ateliê de artes sacra, onde parei para conversar com Francisco, dentre outras histórias, ele me conta que aquele lugar foi um dos cenários do filme “Zuzu Angel”, uma tocante obra cinematográfica nacional que narra a história da estilista que dá nome ao filme e sua luta incansável para encontrar seu filho desaparecido, preso, injustamente, no período da ditadura militar no Brasil. Francisco descreve, com emoção, sobre a filmagem do drama biográfico em que Patrícia Pillar faz o papel de Zuzu. Ele mostra a foto da atriz, sentada em um cantinho, à mesa, no ateliê.

            Ainda na vila, em meio àquela arquitetura neocolonial charmosa e colorida, meu neto já anda sem mãos dadas comigo, sentindo liberdade, entrando nos locais, apontando tudo o que vê de diferente. Ele mostra até o que nunca havia reparado antes nas decorações do local, diz que irá dar nomes aos gatos brevemente, quando ali voltarmos. Fico feliz por ele querer voltar lá. Mais espaços, mais surpresas ali: ateliê com arte de papel que agrega sala de curso de francês, paisagismo, cafeteria artesanal, culinária inclusiva, dentre outros. Fico sabendo que haverá festa julina no local, o Arraial da Villa. Matheus se anima e, o que seria apenas uma atividade escolar interessante, se desdobra em um cronograma de futuros passeios com ele. Mas ele não deixa para depois tirar uma foto ao lado da parede onde está a pintura em vitral do Gato Lynus, um lindo registro também na história do meu neto.

            Não poderia deixar de destacar a livraria “Banca Vera”, muito bem montada com autores independentes, e que lembra as bancas de  livros nas ruas da já mencionada Colônia do Sacramento, no Uruguai. Paula, idealizadora da banca, explica, com entusiasmo, que o objetivo do espaço é movimentar os artistas locais para aquele espaço cultural. A própria vila já foi retratada em belíssimos quadros de artistas da cidade.

            De repente, ao sairmos da vila, chegando ao movimento do bairro, a sensação de voltar do túnel do tempo. Nesse retorno à parte movimentada do bairro, passamos na galeria cujo nome é sensacional: “Galeria Secreta”. Em seguida, parada para um sorvete, conforme prometido. Caminhamos pela rua São Mateus até à Escola Estadual Fernando Lobo. Conto ao meu neto que aquela escola é centenária, muito bonita e tem um ensino excelente. A beleza daquele prédio escolar é inspirada na arquitetura das casas alemãs. Juiz de Fora possui muito dessa influência, em virtude de seu processo de colonização. É bom que o bairro tenha esse traço em algumas edificações para nos lembrar de sua história.

            Ao atravessarmos a rua em frente à escola – a movimentada rua São Mateus – para seguirmos para casa, meu pequeno observou e aprendeu um pouco sobre a sinalização do guarda de trânsito. Educação para a vida acontece a todo o instante.

            Um passeio inesquecível para ele, para mim, e espero que, para todas as pessoas que possam vir a ter ou já têm o privilégio de conhecer esses cantinhos do meu bairro, que conto porque são cantos que encantam. E que haja mais cantinhos para desvendar, por toda a Juiz de Fora, nossa Princesa de Minas, infinitamente, assim como é infinita a criatividade do homem.

            No fim do tour, o que mais me surpreendeu ficou para os últimos minutos daquela manhã: a criança, com toda sua capacidade de observação e sensibilidade, com sua alma pura e inocência, me surpreende quando me disse que foi quase tudo muito divertido, interessante e inesquecível, mas que reparou algo que o deixou triste. Ele me contou que queria que as pessoas de uma família que ele viu dormindo na rua tivessem uma caminha gostosa como a dele. Respondi que há muita gente no bairro se movimentando para ajudar, e que devemos sempre participar das obras de caridade ao próximo, mas que ainda, infelizmente, as pessoas em situação de rua são muito invisíveis aos olhos da sociedade. Acredito que as novas gerações poderão agir melhor na sociedade e se sensibilizar mais com o sofrimento do próximo.

         “As crianças, mesmo dentro de sua   inocência, sabem observar as coisas e tenho certeza de que, em seus coraçõezinhos, tudo fica gravado para sempre.’”

                                         (Cléa Gervason Halfeld – trecho do livro Bate Coração –, 1999)

            E, assim, ficamos por aqui, meu prezado leitor: tenho certeza de que ele contou muito bem a história dos lugares e cantinhos em que estivemos naquela manhã. Da mesma forma, creio que ninguém aproveita mais um passeio, por mais que seja um dever de casa, e ninguém entende mais de gente, de humanidade, do que uma criança.

                                 

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Escolas Com Tabletes

 

                                            Escolas Com Tabletes      

       Neuza   de Oliveira Marsicano -professora                                                            

Ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse que as escolas precisam ficar mais atrativas para os alunos e que investir tablets (tipo de tecnologia) pode ser uma alternativa à evasão escolar. Nas palavras do Ministro, "A escola tem que ficar mais interessante”. E, constatamos no mundo contemporâneo que a nova geração quer essas informações.

            Afirma o Ministro que professores serão qualificados por meio de cursos de formação para utilizar o tablet. O professor vai ter todas as chances de se modernizar se quiser, disse. "Impensável, no século 21, é ter um professor que não pode entrar no Google".

Concordamos com o Ministro que os recursos tecnológicos podem ser um instrumento importante de apoio às atividades didáticas desenvolvidas em qualquer nível de ensino, mas sua incorporação deve ter coerência com os objetivos do Projeto Político-pedagógicos da escola, e que o salário dos professores deve estar no mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de trabalho. Também é importante que professores tenham um plano de carreira, com perspectivas de crescimento e desenvolvimento.

Importante refletir sobre a formação docente que na atualidade adquire ênfase bastante distinta daquela que até então lhe fora dispensada na agenda das políticas educacionais brasileiras. Isso define o anúncio de um tempo onde a formação continuada de professores se constitui como objeto das políticas públicas em educação por meio da realização de iniciativas das diferentes esferas do Poder Público (União, Estados e Municípios).

Nesse contexto, a educação a distância surge como uma alternativa viável. Esse recurso tem sido visto com uma estratégia importante para um país cuja extensão territorial e a falta de equidade na oferta de oportunidades educacionais são elementos marcantes. Constitui-se em um acesso à formação continuada, muitas vezes pública, gratuita e de qualidade, através dos cursos ofertados por várias intituições de ensino, mais notadamente aquelas sob a égide da UAB (Universidade Aberta do Brasil), fomentada pelo Governo Federal.

A EAD apresenta-se, hoje, “como uma possibilidade 

possibilidade concreta e importante para a aprendizagem, que é apontada como uma condição permanente e indispensável para os sujeitos da sociedade da informação” (CERNY, 2003, p. 14). Esse fato, aliado a outros fatores, certamente está impulsionando a crescente oferta de cursos e programas a distância em todo o mundo, bem como o número de matriculados nessa modalidade educacional.

Para Moran (2010), defensor da Educação a Distância, a maior parte da população não tem acesso aos “recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação”. Por isso, segundo esse autor “é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.

Destarte, o panorama traçado é o da heterogeneidade que precisa ser combatida, tanto quanto ao acesso às ferramentas que são a base para democratização da EaD quanto à qualidade  dessa modalidade de ensino (ainda em construção quanto aos seus referenciais e legislação), dentro de padrões que atendam a uma demanda composta em grande parte por pessoas que necessitam de uma formação acadêmica, quanto aos professores que necessitam de acesso à formação contínua que a EaD potencializa por várias regiões do país.

REFERÊNCIAS:

CERNY, R. Z. et al. O uso didático do material impresso. In: DEMO, P. A escola  e as suas linguagens: Uma Pedagogia para os meios. Itajaí: Secretaria Municipal de Educação, 2007

MORAN, José Manuel. O que é educação a distância. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>







 

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Corrida da Fogueira: tradição, energia, empenho

 

                                                                                                

                                                                                             Neuza De Oliveira Marsicano

Portanto,(...)

desembaraçando-nos de todo peso(..),

corramos com perseverança

na carreira que nos está proposta.

 Hebreus

                              A proposta de registrar em palavras sobre a importância da Corrida da Fogueira – tradicional corrida de rua em Juiz de Fora, sob a percepção de uma cidadã juizforana incorrigível, obstinada desportista e participante da competição é um desafio tão grande quanto a preparação e a participação para o evento. De fato, sintetizar a grandiosidade da corrida demanda a difícil escolha de deixar de falar de importantes figuras e fatos marcantes ao longo de sua história.

          De acordo com Toninho Buda, a partir de uma festa junina, caraterizada pela alegria em torno da Fogueira, nos anos de 1940, Vicente Ferreira dos Santos promoveu uma corrida de rua reunindo amigos, para divulgar a própria festa junina no bairro Mariano Procópio.

          Assim, nas palavras do autor, que se debruçou em intensa pesquisa: “no dia 23 de junho de 1942, 47 atletas ouviram o sinal da largada da 1ª Corrida da Fogueira, que teve percurso de 7 km. O vencedor da primeira edição foi Pedro Marciano da Silva, atleta do Mangueira Futebol Clube, da cidade de São João Nepomuceno”, iniciou-se, também, a incumbência de o atleta vencedor ter a honra de acender a fogueira, característica da corrida até os dias atuais.

          Naquela época, não havia muitas corridas de rua sendo realizadas no país, daí que ela se tornou a maior prova do pedestrianismo do nosso estado. Porém, só em 1976, que a disputa passou a contar com a participação das mulheres, cuja primeira campeã foi a atleta Sandra Paula Ferreira.

          Sobre a organização, foram os seguintes passos: desde sua gênese até 1983, sob a tutela de seus criadores; a partir de 1984, passou a ser promovida pelo Departamento de Esportes da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Juiz de Fora, através do seu Departamento de Esportes; já nos dias atuais é realizada pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) da Prefeitura de Juiz de Fora.

          Para se destacar como umas das provas mais tradicionais do país, com mais de 3.000 participantes em edições atuais, já tendo figuras nacionalmente conhecidas, atletas de alto rendimento, trazendo maior efervescência e competitividade crescente, tais como, Viviany Anderson, Geraldo Francisco de Assis, João da Mata e Ronaldo da Costa, dentre outros, a corrida é preparada com carinho, dedicação e respeito ao esporte e aos competidores, através da Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora (SEL) , contando com uma equipe impecável e de ponta a ponta para cada detalhe e necessidade dos atletas e da corrida, trazendo um show de organização.

          Assim, se por um lado, existe o empenho e a energia dos participantes; por outro lado, a equipe organizadora (empresas parceiras, divulgação, orçamentos, inscrições, logística, entrega de kits e chips, premiações, dentre outros). Em adição, destaque para meu técnico, “essencial para ampliar as chances de perfazer o trajeto; são todos merecedores de visibilidade e o apreço. Por isso, um lugar especial no pódio, hoje dedico a esse grupo de pessoas: a corrida é um exemplo de união de cidadãos juizforanos para o bem comum.”

          Portanto, esse pequeno registro, também cunhado na minha vivência e percepção sobre a corrida, não só para o esporte, mas para a cultura da nossa cidade, faz uníssono com todos que se empenham para que eventos esportivos como a Corrida da Fogueira sejam salvaguardados ao longo dos anos. É fazer valer o desejo de vida longa à Corrida de Fogueira pelo seu valor cultural imaterial em nossa cidade.

 

 

 

 

 

 

 

 



                                     

domingo, 2 de junho de 2024

 


Juiz de Fora: nossa casa

Juiz de Fora é tempo e espaço compartilhado com muitas gerações, pois são 174 anos que comemoramos neste 31 de maio, com a alegria e o fascínio proporcionados por seu progresso e desenvolvimento humano. Sua origem se confunde com a origem de Minas, haja vista o Ciclo do Ouro e o Caminho Novo, este, rota econômica importante de ligação entre o nosso estado e o Rio de Janeiro. Cidade de vanguarda, com sua primeira usina hidrelétrica do país e com suas antigas tecelagens, dentre outras indústrias – daí, em função dessa paisagem, lembrar, urbanisticamente, a cidade inglesa de Manchester.

Quarto município mais populoso do nosso imenso estado: de acordo com o Censo 2022 do IBGE, sua população foi contada em 540.756 habitantes. É uma cidade fascinante, na arquitetura religiosa e no ecletismo urbanístico e arquitetônico de sua região central, com suas galerias em estilo francês, Cine Theatro Central, os calçadões, Parque Halfeld e a imponência dos prédios mais antigos e casinhas charmosas que contam histórias! Há também o pós-moderno, a grandiosidade de edificações com ares futurísticos. Seus bairros contam histórias antigas e atuais! E a Avenida Rio Branco é a espinha dorsal que une a todos, de ponta a ponta!

          Cidade vocacionada ao desenvolvimento integrado às necessidades de sua população e da sua região: celeiro de difusão de conhecimento, desenvolvimento, inovação e cultura na região. Sob sua égide, figuras ilustres se destacam na educação, na literatura, na política, no ramo empresarial, na música, nas artes, no turismo de negócios, na moda, na gastronomia, no esporte, na área da saúde, na arquitetura, na excelência em prestação de serviços e na produção de conhecimento! Célebre mosaico de grandes personalidades. Que todos se sintam homenageados!

Parabéns também a todos que por aqui passaram e os que, a cada dia, com sua dedicação e talentos, fazem a cidade vibrante, dinâmica, efervescente, produtiva e com sua inexorável vocação para a diversidade cultural. Há luta, desafios, mas também amor envolvido na nobreza do progresso que busca ser equitativo e solidário. Cidade de portas abertas, com destaque para as oportunidades de estudo e de trabalho. É o lugar no mundo que centenas de milhares de pessoas escolheram para amar e viver, enquanto outros sonham a voltar ou a conhecer! Esse lugar de saberes, sabores, mas, acima de tudo, de amores! Me encanta...e, cada badalar dos sinos, a certeza de que aqui é o meu lugar!










domingo, 21 de abril de 2024

Casa da Princesa Isabel - Petrópolis RJ

 

 

A casa foi reaberta com exposição "Coragem e Fé" sobre a colonização germânica com artistas da cidade imperial.Esculturas feitas em papel de nomes históricos com impressionantes esculturas em papel marche. Fiquei apaixonada pela história, pelo trabalho artístico e a forma que os artistas contou ...vale muito a a pena conhecer.

 

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Antologia " UAI, SÔ! Minas Gerais, em contos e poemas" _ editora Provérbio.

Uma noite linda, lançamento da Antologia " UAI, SÔ! Minas Gerais, em contos e poemas" _ editora Provérbio.
.Obrigada Fernando Raine, pela oportunidade em participar dessa Antologia. Em Cafeteria Lúdico Sabor.    Crônica :

Conheça um pouco de Carrancas

 

Neuza Marsicano

 

       Gosto   muito de registrar as imagens   e observações   pessoais das minhas viagens. Há poucas semanas saí de Juiz de Fora rumo a Carrancas. Venho compartilhar com meus queridos leitores um pequeno painel do que foi esse capítulo turístico na minha vida. Espero que gostem.

            Um pouco da História 

            Em 1720, o Capitão João Toledo Piza e Castelhano, pai de 11 filhos, seu irmão, Padre Lourenço de Toledo Taques, Salvador Correia Bocarro, Miguel Pires Barreto e José da Costa Morais tinham, provavelmente, iniciado um povoamento. Ao decidirem que ali ficariam por causa das excelentes perspectivas em relação à mineração do ouro e da mostra da fertilidade da terra, mandaram buscar em São Paulo as famílias e os escravos que possuíam.

            Já denominação Carrancas deve-se às escavações que os garimpeiros fizeram em uma serra localizada no município, e que formaram para quem vê de longe as fisionomias exatas de suas caras. Chamou atenção na entrada de um restaurante a escultura de uma Carranca esculpida em madeira por um artista local. Em outro restaurante um banner com a história de Carrancas.  

            A viagem

          Organizado pela agente de   turismo Sônia Belém, eu, a amiga Márcia e mais 14 pessoas fomos à cidade de Carrancas, que fica no sul de Minas Gerais, a 232 KM de Juiz de Fora, sendo que ficamos todos hospedados na Pousada Roda Viva, a mesma Pousada que ficam hospedados atores que visitam ou filmam na cidade. Destaque   para o acolhimento na Pousada.

            Porque conhecer Carrancas

            Primeiramente, por ser uma cidade famosa pelas cachoeiras, trilhas e   lindas serras que a cercam. Atualmente, o município vem se desenvolvendo no ecoturismo, como alternativa econômica, uma vez que belos atrativos naturais não faltam. Por isso, Carrancas é conhecida como terra das cachoeiras. E não há nenhum exagero em dizer que o local é um paraíso ecológico. Fazendas centenárias, cachoeiras globais e um povo simpático trazem belas cores e formas para o local.

            Os passeios

            No primeiro dia, dedicamos a conhecer a área   urbana da cidade, seu artesanato e a Igreja Nossa Senhora da Conceição. A igreja do século XVII é um patrimônio histórico-cultural da cidade, sendo construída com blocos de quartzito, com pinturas do teto e com esculturas nos altares. Belíssima! A pintura do teto do altar-mor é atribuída a Joaquim José da Natividade, discípulo de Aleijadinho (um dos mestres da arte barroca mineira). Chamou atenção o toque do sino a cada quinze minutos da bela Igreja de Nossa senhora da Conceição, que fica no coração da cidade, lembra a religiosidade do local. 

            Para conhecermos os atrativos mais procurados, fomos de micro-ônibus com guia a locais como: as cachoeiras Complexo da Zilda, Complexo da Ponte, Complexo da Fumaça, Complexo da Vargem Grande, Complexo da Toca e o esplendoroso complexo da Esmeralda (de fato, com águas cor de esmeralda).

            Vida   noturna

            Em Carrancas, o que não faltam são os bares, restaurantes, pizzarias. Escolhemos o Recanto Bar, por se próximo à Pousada. O cardápio do Recanto Bar oferece petiscos, refeições e pizzas, além das bebidas. A especialidade da casa é a Pururuca de Queijo, prato premiado em diversos festivais na região que é uma delícia. Estava bom demais curtir aquela música ao vivo em um ambiente descontraído.

            Finalizando a viagem, fica a mensagem: não há cara feia que resista aos encantos de Carrancas, no sul de Minas Gerais. De tão fascinante, a natureza desta tranquila cidadezinha já serviu como locação de novelas e minisséries.

Referência

https://biblioteca.ibge.gov.br

https://idasbrasil.com.br/Carrancas/Historia/viagem/fatos-historicos

http://marsicanoeducacao.blogspot.com/


 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Crônica Igualdade e Felicidade


                               Igualdade e Felicidade

 “O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças.”

(Augusto Cury)

            Tantas crenças limitantes nos distanciaram do amor. Visões limitadas nos impediram de promover partilhas com muitas pessoas. É bom lembrar que não nascemos diferenciando as pessoas: crianças são puras e interagem umas por conexões de ideias e ações, por descobertas, movidas pela curiosidade dos aprendizados. Porém, passamos por um processo de socialização, de educação e de vida familiar que nos mostra as igualdades e diferenças entre nós; dessa forma, o questionamento que cabe é: por que diferenças nos separaram por tanto tempo ao longo da história?

            Seria mais fácil termos apenas uma bússola do coração e da mente, chamada “amor”. Ele sim, é ponte entre todos os mundos. Ele tem a função libertadora de sairmos dos nossos mundinhos e enxergar o outro da maneira como precisa ser acolhido. Nesse contexto, o amor é uma arma poderosa de combate do preconceito. E tudo começa com escuta, depois, com a empatia, e tudo isso com respeito às individualidades, às visões de mundo e o direito de cada um ser como é, e não como gostaríamos que fosse.

            Dando enfoque às questões étnicas, cada cultura e fenotipagem de cada grupo de pessoas, dentro de sua origem constituem a beleza do mundo em sua diversidade de cores de pele, texturas e feições, adereços e modos. Lembrando que as tradições culturais e simbolismos dos cabelos, adornos, indumentárias, falares e gestuais, tradições, conduzem ao contexto maior do valor de cada povo e de sua autenticidade.

            Parece tão claro que não se trata de alguém ser o melhor, mas de ser diferente. Porém, houve construções nocivas de preconceitos, repassadas de geração em geração, pela história de opressão e escravidão dos povos, submissão por guerras e também problemas de convivência pacífica no âmbito das movimentações migratórias ao redor do mundo.

            Sendo assim, devemos questionar se o que achamos é fruto autêntico de uma observação crítica ou uma crença limitante que nos impuseram ao longo do nosso convívio em sociedade.

            Vemos com o advento das redes sociais uma crescente onda de ódio que promovem fissuras na união entre os povos e até mesmo dentro de uma sociedade. Infelizmente, muito racismo, xenofobia, homofobia, capacitismo, dentre outros.

            Por outro lado, pode-se levar soluções para esses abusos e ilegalidades a partir do momento em que a internet também pode ajudar a promover justiça, através de denúncias, e ajustes ao promover reflexões tão necessárias a um mundo mais acolhedor.

            É bom reconhecer a base de amor não como o desgaste da realidade, como quando idealizamos algo de acordo com as nossas vontades, mas como um caminho palpável para mudanças realistas e que nos demandam reflexão para a mudança de paradigmas em prol de colocar abaixo os muros que nos separam. Um primeiro passo é tão simples e conhecido: não fazer a terceiros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco.

            Claro que é uma premissa inegável e em um nível mais subjetivo. Contudo, em termos de coletividade e efetividade ao longo do tempo, ações coordenadas de políticas de Estado e de Governo, bases educacionais que tragam reflexões sociológicas e históricas têm sido fundamentais para uma melhor convivência entre os povos.

 A humanidade não tem noção de seu poder quando se une para a promoção do bem, não de maneira contundente e constante, combativa. O que vemos são núcleos de pessoas que carregam causas nobres em seu coração: são legisladores, juristas, coletivos, institutos, organizações da sociedade civil, pessoas públicas, influenciando nas redes e nos canais de televisão, escritores, roteiristas e uma imensidão de pesquisadores e professores voltados aos estudos humanistas. Mas poderíamos ter mais pessoas lutando contra toda forma de preconceito nos espaços escolares, familiares, no mercado de trabalho e na vida social.

As lutas que unem deveriam ser ensinadas a todo momento para novas gerações mais conscientes. Acontece, mas não é uma regra, pois, com as redes sociais, o culto do individualismo ganhou proporções geométricas e o desejo de fama e de influência é avassalador. Pessoas mimetizam gestos, danças e posicionamentos que não representam exatamente o que são e o que gostam. Então como fica a questão da aceitação do próximo se muitos não aceitam sequer a si mesmos, reproduzindo o comportamento de outros que são referências, mas exatamente referência de quê? Não há terreno fértil para reconhecer as diferenças quando um só modelo de ser e aparentar é o ideal. Padrões cruéis aprofundam preconceitos e são verdadeiras torturas psicológicas para os mais novos, principalmente.

O amor não deve ser um mito, pois, de acordo com Platão, ele é um aprendizado. Acredito que aprender a amar ao próximo como a si mesmo, o que é também parte do primeiro mandamento cristão, que inclui, primeiramente, amar a Deus sobre todas as coisas, é algo amplo e pontual. Não vemos expressão de preconceito na base da fé coerente das correntes que postulam o amor como nossa solução para essa existência terrena.

Portanto, que possamos ter discernimento para, através do amor universal e na busca de harmonia entre as pessoas, construir, enfim, um mundo mais humano, solidário e justo para todos, mas que também tenhamos iniciativas para equalizarmos as diferenças e fazer reparações a todas as pessoas que perdem a oportunidade de uma vida mais plena por serem vítimas de preconceito.