Escolas Com Tabletes
Neuza de Oliveira Marsicano -professora
Ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços
em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o
Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse que as escolas precisam ficar
mais atrativas para os alunos e que investir tablets (tipo de tecnologia)
pode ser uma alternativa à evasão escolar. Nas palavras do Ministro, "A
escola tem que ficar mais interessante”. E, constatamos no mundo contemporâneo
que a nova geração quer essas informações.
Afirma o Ministro que professores serão qualificados por meio de cursos de
formação para utilizar o tablet. O professor vai ter todas as
chances de se modernizar se quiser, disse. "Impensável, no século 21, é
ter um professor que não pode entrar no Google".
Concordamos com o Ministro que os recursos tecnológicos podem ser um instrumento
importante de apoio às atividades didáticas desenvolvidas em qualquer nível de
ensino, mas sua incorporação deve ter coerência com os objetivos do Projeto
Político-pedagógicos da escola, e que o salário dos professores deve estar no
mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de
trabalho. Também é importante que professores tenham um plano de carreira, com
perspectivas de crescimento e desenvolvimento.
Importante refletir sobre a formação docente que na atualidade adquire
ênfase bastante distinta daquela que até então lhe fora dispensada na agenda
das políticas educacionais brasileiras. Isso define o anúncio de um tempo onde
a formação continuada de professores se constitui como objeto das políticas
públicas em educação por meio da realização de iniciativas das diferentes
esferas do Poder Público (União, Estados e Municípios).
Nesse contexto, a educação a distância surge como uma alternativa
viável. Esse recurso tem sido visto com uma estratégia importante para um país
cuja extensão territorial e a falta de equidade na oferta de oportunidades
educacionais são elementos marcantes. Constitui-se em um acesso à formação
continuada, muitas vezes pública, gratuita e de qualidade, através dos cursos
ofertados por várias intituições de ensino, mais notadamente aquelas sob a
égide da UAB (Universidade Aberta do Brasil), fomentada pelo Governo Federal.
A EAD apresenta-se, hoje, “como uma possibilidade
possibilidade
concreta e importante para a aprendizagem, que é apontada como uma condição permanente
e indispensável para os sujeitos da sociedade da informação” (CERNY, 2003, p.
14). Esse fato, aliado a outros fatores, certamente está impulsionando a
crescente oferta de cursos e programas a distância em todo o mundo, bem como o
número de matriculados nessa modalidade educacional.
Para Moran (2010), defensor da Educação a Distância, a maior parte da
população não tem acesso aos “recursos tecnológicos, que podem democratizar o
acesso à informação”. Por isso, segundo esse autor “é da maior relevância
possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à
mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização
inovadora.
Destarte, o panorama traçado é o da heterogeneidade que precisa ser
combatida, tanto quanto ao acesso às ferramentas que são a base para
democratização da EaD quanto à qualidade dessa modalidade de ensino
(ainda em construção quanto aos seus referenciais e legislação), dentro de
padrões que atendam a uma demanda composta em grande parte por pessoas que
necessitam de uma formação acadêmica, quanto aos professores que necessitam de
acesso à formação contínua que a EaD potencializa por várias regiões do país.
REFERÊNCIAS:
CERNY, R. Z. et al. O uso didático do material impresso. In: DEMO,
P. A escola e as suas linguagens: Uma Pedagogia para os meios.
Itajaí: Secretaria Municipal de Educação, 2007
MORAN, José Manuel. O que é educação a distância. Disponível
em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>
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