quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Corrida da Fogueira: tradição, energia, empenho

                                                                                              Neuza De Oliveira Marsicano

 

Portanto,(...)

desembaraçando-nos de todo peso(..),

corramos com perseverança

na carreira que nos está proposta.

A proposta de registrar em palavras sobre a importância da Corrida da Fogueira – tradicional corrida de rua em Juiz de Fora, sob a percepção de uma cidadã juizforana incorrigível, obstinada desportista e participante da competição é um desafio tão grande quanto a preparação e a participação para o evento. De fato, sintetizar a grandiosidade da corrida demanda a difícil escolha de deixar de falar de importantes figuras e fatos marcantes ao longo de sua história.

            De acordo com consulta ao acervo histórico da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, a partir de uma festa junina, caraterizada pela alegria em torno da Fogueira, nos anos de 1940, Vicente Ferreira dos Santos promoveu uma corrida de rua reunindo amigos, para divulgar a própria festa junina no bairro Mariano Procópio.

            Assim, nas palavras do autor, que se debruçou em intensa pesquisa: “no dia 23 de junho de 1942, 47 atletas ouviram o sinal da largada da 1ª Corrida da Fogueira, que teve percurso de 7 km. O vencedor da primeira edição foi Pedro Marciano da Silva, atleta do Mangueira Futebol Clube, da cidade de São João Nepomuceno”, iniciou-se, também, a incumbência de o atleta vencedor ter a honra de acender a fogueira, característica da corrida até os dias atuais.

            Naquela época, não havia muitas corridas de rua sendo realizadas no país, daí que ela se tornou a maior prova do pedestrianismo do nosso estado. Porém, só em 1976, que a disputa passou a contar com a participação das mulheres, cuja primeira campeã foi a atleta Sandra Paula Ferreira.

            Sobre a organização, foram os seguintes passos: desde sua gênese até 1983, sob a tutela de seus criadores; a partir de 1984, passou a ser promovida pelo Departamento de Esportes da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Juiz de Fora, através do seu Departamento de Esportes; já nos dias atuais é realizada pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) da Prefeitura de Juiz de Fora.

            Para se destacar como umas das provas mais tradicionais do país, com mais de 2.000 participantes em edições atuais, já tendo figuras nacionalmente conhecidas, atletas de alto rendimento, trazendo maior efervescência e competitividade crescente, tais como, Viviany Anderson, Geraldo Francisco de Assis, João da Mata e Ronaldo da Costa, dentre outros, a corrida é preparada com carinho, dedicação e respeito ao esporte e aos competidores, através da Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora (SEL) , contando com uma equipe impecável e de ponta a ponta para cada detalhe e necessidade dos atletas e da corrida, trazendo um show de organização.

            Assim, se por um lado, existe o empenho e a energia dos participantes; por outro lado, a equipe organizadora (empresas parceiras, divulgação, orçamentos, inscrições, logística, entrega de kits e chips, premiações, dentre outros). Em adição, destaque para meu técnico, essencial para ampliar as chances de perfazer o trajeto; são todos merecedores de visibilidade e o apreço. Por isso, um lugar especial  no pódio, hoje dedico a esse grupo de pessoas: a corrida é um exemplo de união de cidadãos juizforanos para o bem comum.

            Portanto, esse pequeno registro, também cunhado na minha vivência e percepção sobre a corrida, não só para o esporte, mas para a cultura da nossa cidade, faz uníssono com todos que se empenham para que eventos esportivos como a Corrida da Fogueira sejam salvaguardados ao longo dos anos. É fazer valer o desejo de vida longa à Corrida de Fogueira pelo seu valor cultural imaterial em nossa cidade.


Referências:

1.      CUNHA JÚNIOR, Carlos Fernando Ferreira ET AL. Educação Física, memórias e narrativas em Juiz de Fora, Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG. Novembro, 2003. 2. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE JUIZ DE FORA. Departamento de Esportes.

2.       SECRETARIA DE ESPORTE E LAZER. Acervo do Arquivo Histórico do Esporte de Juiz de Fora

 

 

 

 

 

 


segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Maringá: a moderna cidade do Paraná

Maringá: a moderna cidade do Paraná

                                                                                                     Neuza Marsicano

  Quando viajamos, guardamos lembranças e riquezas que nunca se apagam, sendo uma alegria compartilhar essas impressões, curiosidades e emoções com aqueles que leem nossos relatos de viagem.

            Foi com alegria que recebemos, eu e meus familiares, o convite para o casamento do padrinho do meu netinho Matheus, que mora na cidade de Maringá. Não havia ainda tido esse privilégio de conhecer, especificamente, essa cidade do sul do país, apesar de ter visitado a região em outras oportunidades. Nesse Brasil continental, é sempre bom ter algum contexto, pretexto, convite para mais uma aventura rumo ao desconhecido e a novas experiências em lugares diversos, seja em meio à natureza ou mais uma cidade para o portfólio de viagens, pessoal ou familiar.

            Ao chegarmos na cidade o que mais me chamou   atenção foi quando avistamos a torre da Catedral de Maringá. O templo tem o formato cônico que aponta para o céu. Considerando a cruz de 10 metros que fica no topo do cone, a obra é o monumento religioso mais alto da América do Sul. Na sequência, tivemos a oportunidade de assistirmos a uma missa no local, e nos encantamos também com a beleza da Catedral por dentro, onde vitrais projetados pelo artista plástico Lorenz Heilmair colorem as superfícies de acordo com o movimento do sol. Vale pena esse presente aos olhos e à alma.

            Interessante ressaltar que Maringá recebeu dezenas de milhares de imigrantes asiáticos, principalmente japoneses. A cidade também acolheu muitos imigrantes muçulmanos de diferentes cantos do mundo. Para atender tanto muçulmanos quanto asiáticos, lá se encontram tanto templo budista quanto mesquita.

            Ponto turístico da cidade, um de seus maiores tesouros, o mais famoso parque maringaense, o Parque do Ingá, inaugurado na década de 1970, é localizado bem no coração da cidade, sendo uma área de preservação de mata nativa. Em sua área   enorme, a população e os turistas são agraciados com um lago artificial com píer de pedalinhos, quadras, 3 km de pista de caminhada, ciclovia, academias ao ar livre e uma lanchonete. Pertinho do lago, há gruta, na qual foi instalada uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ou seja, natureza, lazer completo e espaço para reflexão e devoção espiritual.

            Tivemos a oportunidade de conhecer um pouco a rica gastronomia no Mercadão de Maringá. Hoje, o local tem mais de 30 lojas em que se vendem diversos produtos regionais, tais como bebidas, doces, vegetais, temperos, queijos, carnes, dentre outros. Como boa mineira que sou, não poderia deixar de aproveitar os produtos artesanais.

            Assim foi conhecer a cidade de Maringá, muito além do casamento e de sua festa, muito além das fotos: a lembrança de um passeio agradável em uma das cidades mais arborizadas e limpas do país. Ruas floridas. Muito bom caminhar pela cidade e sempre esbarrar em um parque, uma praça. Imperdível, leitores, para um passeio em família em uma cidade linda e acolhedora!

Referências

Site: Turismo Maringá

Site: Wikimedia Commons