terça-feira, 6 de setembro de 2011

Investimento em tablets precisa ser orientado por planos pedagógicos


A compra de tablets para uso em escolas públicas, anunciada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, só alcancará os resultados esperados se vier acompanhada pela implementação de planos pedagógicos. É o que defendem professores da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e especialistas em inclusão digital. Eles alertam, ainda, que a fragilidade na formação de docentes em tecnologia podem impossibilitar a utilização com viés educacional. O anúncio do edital para a compra dos tablets para uso já a partir do próximo ano aconteceu na última semana, durante a 15ª BienaldoLivro.
“Não é só saber operar. É preciso aprender a usar essa ferramenta de forma pedagógica”, comentou o professor Gilberto Lacerda. O docente acredita que o uso dos tablets é uma tendência mundial. “Há uma previsão para o aumento da acessibilidade de professores e alunos. Agora, isso depende do contexto. No

Brasil, precisamos formar docentes capazes de usufruir melhor dessas tecnologias”, afirma. Gilberto acredita que a ação é uma forma de dar continuidade ao Programa Um Computador por Aluno (PROUCA), que selecionou escolas brasileiras para receber infraestrutura para acesso à internet, capacitação de gestores e professores no uso da tecnologia. “A questão estrutural precisa ser compensada com ações de capacitação”, disse.

O professor Lúcio Teles também defende a iniciativa do Ministério da Educação. Ele acredita que o investimento é necessário. Porém, segundo ele, o Brasil ainda não está preparado para lidar com as possibilidades da ferramenta em sala. “O ideal é que existisse um programa de treinamento. Do contrário, o tablet pode virar um objeto obsoleto, que trará perda de tempo e dispersão em um ambiente que deveria ser de estudo”, afirma. Lúcio acredita que a construção de um projeto pedagógico é mais importante do

que a habilidade técnica para utilizar o dispositivo. “O grande desafio é encontrar o uso apropriado, elaborar uma ação estratégica. As crianças podem acabar usando o tablet para navegar na internet ou mandar mensagens para os amigos durante a aula”, afirma. “É preciso formação de professores. Temos essa pedra no meio do caminho”.
Internet - Dentre as funções exercidas pelos tablets, destaca-se o acesso à internet, a reprodução de vídeos e a visualização de fotos, textos (jornais, revistas e livros), além da possibilidade de uso de diversos aplicativos colaborativos, muitos deles ligados ao sistema de ensino-aprendizagem. Para o professor Lúcio, tarefas colaborativas podem ser um grande trunfo da ferramenta. “Você pode formar grupos de turmas e até de escolas diferentes em busca da resolução de um problema, por exemplo. Já as tarefas individuais podem tornar o ambiente escolar improdutivo

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